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Governo / Logística

08 de Março de 2016 16h13

Prefeito participa de seminário para discutir investimentos no setor portuário

CARLOS MARTINS

Michel Alvim

Arquivo

Para o prefeito Mauro Mendes o investimento no setor da logística constitui-se o grande desafio para que Mato Grosso confirme sua liderança como grande produtor nacional de commodities agrícolas. Mendes participou na manhã desta terça-feira (08) do seminário  “Setor Portuário-Desafios e Oportunidades”, ocasião em que o ministro da Secretaria de Portos, Helder Barbalho, anunciou investimentos em seis terminais portuários do Pará.

“Discutir aqui soluções portuárias e de logística com a presença do ministro e de autoridades federais e de outros estados vem ao encontro do desejo que nossa cidade sempre teve com a expectativa da chegada dos trilhos da ferrovia. Esse seminário vem contribuir para que Mato Grosso encontre soluções que visem melhorar a nossa capacidade e logística para escoar tudo aquilo que somos capazes de produzir”, disse o prefeito Mauro Mendes.

Promovido pela Secretaria de Portos da Presidência da República em parceria com a Revista Carta Capital, o seminário reuniu na sede da Fiemt (Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso) os senadores Blairo Maggi e Wellington Fagundes, o deputado federal Valtenir Pereira, o vice-governador de Rondônia, Daniel Pereira, e várias autoridades federais e estaduais que debateram os investimentos no setor de logística, que prevê a alocação de R$ 51 bilhões até 2042, dos quais apenas R$ 4,2 bilhões são de recursos públicos.

O seminário realizado em Cuiabá foi o terceiro e último de uma série que teve o primeiro encontro realizado em São Paulo no dia no dia 24 de fevereiro e o segundo no dia 3 de março em Belém (PA), onde se debateu a logística dos portos do Pará, que são uma alternativa para escoar a safra de Mato Grosso.

“Tivemos a oportunidade de estar no Pará onde estão organizados os principais locais do Arco Norte. E estamos aqui porque que é daqui que surge a demanda de escoamento de produção; é daqui que se almeja que caminhos possam ser encontrados e viabilizados para que o produto nacional possa ser mais barato, mais competitivo nesse mercado globalizado”, disse o ministro.

Segundo o consultor da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) Luiz  Antônio Fayet, dependendo da região produtora a economia varia entre US$ 47 e US$ 60 por tonelada de grão. Isso porque o deslocamento por via terrestre da porteira até o porto pode ser  reduzido de 500 a mil quilômetros.

Leilões

Conforme o ministro, no dia 31 de março serão realizados leilões em seis áreas portuárias no Pará, que vão expandir a capacidade de movimentação de carga pelo Arco Norte em 21,6 milhões de toneladas por ano. Os investimentos previstos em obras e arrendamentos chegam a R$ 1,766 bilhão em portos localizados em Santarém, Vila do Conde e Outeiro. De acordo com o ministro Helder Barbalho, o interesse dos investidores pode ser mensurado pelo número de interessados em conhecer as exigências: já foram registrados 3.563 acessos à página da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq).

O senador Blairo Maggi lembrou que há 40 anos em Mato Grosso a produção de grãos chegava a 30 mil toneladas por ano. Hoje, a produção já alcança 50 milhões de toneladas/ano. Ele contou que, graças à visão dos produtores, buscou-se alternativas para economizar nos custos. A produção , em vez de ir para os portos de Sul (distância de 1.800 a 2 mil km), foi para o norte por meio da Hidrovia Madeira-Amazonas. A chegada da ferrovia em Rondonópolis, ligando Santos a Ferronorte, também melhorou a logística, segundo o senador.

“Precisamos também acelerar o processo de concessão da BR-163. Nesta região já estão em funcionamento terminais de grandes grupos e outras empresas virão. Esse corredor será o grande corredor de exportação para Mato Grosso e vai culminar com a construção de uma nova ferrovia ligando Sinop ao Porto de Miritituba [no Pará]. Faremos como os americanos fizeram há muito tempo: a produção, da fazenda para o caminhão; para o trem; para a hidrovia, por meio das barcaças; e daí para os navios. Aí vamos ser competitivos”, concluiu.

O seminário incluiu os painéis “Corredores de Exportação – Oportunidades e Desafios a Superar”; “Integração de Modais e Acessos Portuários”; e Mato Grosso – Celeiro da Produção. Superação de Dificuldades e Desafios”. Também participaram dos painéis o diretor-geral do Dnit, Valter Casimiro; o presidente da Fiemt, Jandir Milan; o diretor da Antaq, Adalberto Tokarski; o presidente da Famato, Rui Prado; além de dirigentes de entidades e de empresas do agronegócio, como o presidente do Grupo Bom Futuro, Eraí Maggi Scheffer.