Saúde / Combate ao mosquito
15 de Abril de 2016 17h54
Experiência de Cuiabá no combate ao Aedes aegypti é apresentada em evento nacional
A coordenadora do Centro de Controle de em Zoonoses de Cuiabá, Alessandra Carvalho, e a técnica da Vigilância Epidemiológica, Dalila Sales participaram esta semana em São Luis, no Maranhão da reunião “Sinais de alarme para detecção oportuna de epidemias das doenças causadas pelo Aedes aegypti.Durante o evento, promovido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e Ministério da Saúde (MS), pesquisadores dos dois órgãos, junto com representantes de várias capitais discutiram a atual situação do Brasil, diante da circulação simultânea dos vírus da dengue, chykungunya e Zika. Cuiabá mostrou suas experiências, no período de dezembro de 2015 a março de 2016, nas ações de mobilização para o combate ao mosquito.
Os sinais de alarme são indicadores que sinalizam predisposições para os surtos dessas doenças. O cenário atual da situação do Brasil em relação aos casos de Dengue, Zika e Chikungunya foi apresentado pela coordenadora do MS, Roberta Gomez e, logo depois, o estudo em desenvolvimento em nove estados, para ‘Detecção de alarmes e resposta aos surtos das doenças causadas pelo Aedes aegypti, progresso, desafios e próximas ações recomendadas’, nos municípios de São Luís (MA), Boa Vista (RR), Cuiabá (MT), João Pessoa (PB), Natal (RN), Recife (PE), Ribeirão Preto (SP), Salvador (BA), e Vitória (ES).
Alessandra Carvalho explicou que as discussões, além de auxiliar na implantação e desenvolvimento do estudo é um passo importante para que as ações visando a contenção do casos relacionados às doenças transmitidas pelo Aedes aegypti sejam efetivos. “Precisamos compreender melhor toda essa situação para que possamos agir nesses agravos de forma preventiva e cada vez mais eficiente. Cuiabá está empenhada nessas ações e vem buscando soluções conjuntas”, destacou Alessandra Carvalho ao explicar que por meio de uma planilha elaborada pela OMS, com informações como temperatura ambiente e número de casos, é possível identificar os sinais de surto das doenças.
“Quando a planilha sinaliza três picos seguidos de aumento de temperatura ficamos em alerta, pois no período de 12 semanas pode haver um surto de Dengue. Essas informações alertam os municípios para que sejam tomadas medidas de prevenção. Por isso, é importante essa troca de experiência para fazermos comparativos e aprofundarmos os estudos”, explicou a técnica da Vigilância Epidemiológica do município de São Luís e coordenadora do Programa da Dengue, Zika e Chikungunya, Maria do Socorro Silva.
Para os técnicos, estudos como esse são importantes porque auxiliam os serviços de saúde na antecipação das epidemias. A grande questão é detectar e fazer as intervenções de forma precoce. Preencher as planilhas elaboradas pelos pesquisadores e a partir daí é possível identificar os alarmes para cada município.
Nos dia 04 e 05 de junho, os pesquisadores vem à Cuiabá para avaliar a aplicabilidade da matriz de dados e realizar os ajustes necessários para o desenvolvimento das ações.
A reunião em São Luiz contou com a participação do secretário de Estado da Saúde, Marcos Pacheco; da coordenadora do Programa Nacional de Controle da Dengue do MS, Roberta Gomez; do pesquisador da Liverpool School of Tropical Medicine dos Estados Unidos, Liegh Bowman; e do pesquisador Colombiano Eduardo Alfonso Sierra, entre outros.
Dados epidemiológicos
Em 2016, de acordo com o Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (CIEVS) foram notificados no órgão, 901 casos de dengue, 37 de chikungunya e 402 casos de zika em gestantes e 2.072 em outras pessoas.
Desses foram confirmados 69 casos de zika em gestantes e 128 em outras pessoas. Não houve confirmação de nenhum caso de dengue ou de chikungunya este ano.
No período de 03 a 09 de abril, correspondente a 14ª semana do ano, os agentes de combate a endemias realizaram visitas a 33.200 imóveis. Desse total 5.703 foram tratados. Além disso, 6.918 depósitos de água no baixo também receberam tratamento.